15 julho 2008

Obrigada*

Chego, sento-me. Ela já sabe se o tem, aliás, quer fazer... se ouço "Estás bem?" é porque algo se passa (ela sabe-o sempre)!
Poucas vezes (talvez única) em que o "não" é a primeira resposta.

Ela conforta só pelo olhar. Não tem medo de olhar fixamente porque, assim, escreve mil palavras no ar que eu percebo como se mas tivesse dito... e respondo, com o mesmo olhar. Não tenho medo de olhar. Confio. Acredito. Admiro.

O aceno de cabeça encoraja-me. O carinho do olhar e do sorriso faz-me não dar passos atrás. Ela confia e quer que eu confie, acima de tudo! (respira fundo)

Os seus gestos valem mais que muito. Conheço a ponderação dela, a racionalidade, a emoção à flor da pele (que tenta tantas vezes proteger). É meiga, muito.

Os teus abraços, olhares, sorrisos e palavras ficam. Estão gravadas. Sei que cada gesto existe porque faz sentido. Sei que cada gesto está lá porque o queres fazer, porque valorizas tudo o que fazes (principalmente o que dás).

As mensagens certas (tantas vezes). Os telefonemas no dia em que mais preciso. A conversa que surge sempre que as palavras me saltam dos olhos e te chamam para me ouvires.

Espero que guardes isto tão bem como guardo cada palavra, gesto, abraço, sorriso, carinho, mensagem, telefonema... olhar teu. (sei que o farás)

Guardo muito ... "gosto da minha capa. gosto de ti. "
Guardo "Menina Azul"

E sabes tão bem que é para ti*

A Gente Vai Continuar - Jorge Palma

06 julho 2008

Palco


" Parêntesis crítico

A peça poética em discussão é carente de ideias profundas e peca por inúmeros defeitos na forma. A linguagem não é escorreita; a construção gramatical não obedece aos cânones dos excelsos vates do passado; a métrica, cujo rigor se impõe, vê-se tratada a trancos; a rima, que deve buscar-se seja milionária, é paupérrima nas apoucadas vezes em que nos dá o ar da sua graça.
Imperdoável, sobretudo, porém, o facto criminoso evidenciado no primeiro quarteto do aludido soneto de autoria do Gato Malhado, claro e clamoroso plágio de inconveniente canção carnavalesca que assim se escreve:

A baratinha Yayá
A baratinha Yoyô
A baratinha bateu asas
E voou.

O plagiário – a quem acabo de pegar pelas ouças para colocá-lo perante o tribunal da opinião pública como ladrão que o é, e dos mais réprobos por furtar ideias – não satisfeito em plagiar, fê-lo copiando versos de baixa extracção, versos de populaça indigna. Se as forças do seu intelecto se revelam frágeis para conceber primorosa obra poética, então, pelo menos, plagiasse os grandes mestres, como Homero, Dante, Virgílio, Milton ou Basílio de Magalhães. "


Mais palavras que marcaram os meus passos no palco.
Nostalgia arrepiante. Vontade de voltar atrás (e ficar com o que tenho ganho sempre).

Saudades*

O Amor em Paz - UMA HOMENAGEM A TOM JOBIM

04 julho 2008

Porque "a vida não é existir sem mais nada"*



"Oh bebé, por amor da santa!"
E começa assim o dia...

Ela chega, com postura, decidida, com vida.
A maior certeza, e que a alimenta, é que tem vida! E agradece por isso.
Olha-me 5 segundos (o raio x diário) e sabe tudo o que sinto. Faz as perguntas certas, na altura certa, porque sabe o que quero dizer, quando quero e como quero!

"Oh bebé, achas que... ?"
"Oh bebé, será?"
"Oh bebé, achas isto normal?"
"Oh bebé... não sei!"

E sorrio... porque me procura, porque não me deixa perder-me, porque me ampara, porque me compreende, porque procuramos o mesmo. Algo acontece e ao cruzar o olhar sabemos de cor o que cada uma pensa. Conto-lhe algo e ela dá a resposta que eu dei há horas atrás (precisamente no mesmo tom, com a mesma entoação... e ela não tinha ouvido nem sabido)!

As questões que nos prendem coincidem.
O que nos trava o sorriso são as mesmas razões.
O que torna os nossos dias úteis são passos semelhantes.
Os valores que nos prendem à vida compreendem-se, complementam-se e aprendem (os meus com os dela, os dela com os meus)!

É assim como só ela sabe ser.

Amiga
Genuina
Sincera
Adulta
Emotiva
Racional
Madura
Inteligente
Perspicaz
Especial (muito)

Sentimentos
Momentos
Gestos
Paixões
Emoções
Lágrimas
Sorrisos

"Só quero o nosso momentinho no rio"
Obrigada por tudo* Por já fazeres tão parte de mim. Por compreenderes o que se passa dentro de mim sem eu ter que dizer uma palavra. Obrigada (é a melhor forma que tenho para demonstrar o quão já és essencial)*

"Deus fez a cabeça em cima do coração, para que a emoção nunca ultrapasse a razão"

É assim, como ela só... Minês* (amiga, tão amiga)
Adoro-te*

Restolho - Mafalda Veiga

Verdade



"Existiria verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo
Iguais a você"

03 julho 2008

Transparência...

No sonho vivo a transparência... esqueço-me da barreira da realidade! Passo e deixo a inocência dentro de mim.
O ponto final de que me falaram, falhou. Não o vejo como ponto final... e mesmo que o seja, não o é quando se manifesta. O ponto final que não queria escrever ameaça ser real. O que quero escrever parece cada vez mais distante.
O que sonhei destruí. Decidi inventar malabarismos entre passos descordenados e certezas tão certas que bastava agarrá-las. Desafiei o que não era de desafiar... a ponta partiu. O gesso não é tão forte como ameaçam. O passo tornou-se descompassado. O rigor e a perfeição fugiram quando pareciam ser possíveis. O braço deixou de passar por todas as posições. A quinta posição tornava-se cada vez mais terceira.
A barra ficou lá. O linóleo já não conhece de cor os meus pés. O meu suor já não marca o chão que só pisa quem luta. O adeus nocturno marcado pelo cansaço (de um dia de vitória ou frustações) já não se ouve. As luzes apagaram-se.
A transparência marca-me na realidade e no sonho.
No sonho, permite-me brilhar o olhar para a plateia que vibra com a minha transparência (pura).