29 maio 2009

De preto. Sem fazer barulho.

É ela que chega, irónica e certa.
Aparece de repente.
E, num segundo, apaga tudo e deixa dor em muitos
(ou poucos quando a solidão já inundava quem foi).
Ou vem, de riso irónico, e vai massacrando, massacrando
Cravando a ferida para ter a certeza que nem disfarçada é.
Vem de mansinho, sem fazer barulho, irónica, até destruir.
É ela que vem e faz tão naturalmente aquilo que tanto custa a aceitar ao comum dos seres humanos.
É ela que vem.
De preto.
É, mata.
(E o pior é se olhamos para trás e vemos que a vida passou por nós e não nós pela vida.
E deixamos algo por fazer.
E deixamos algo por dizer.)
"Senhora de preto diga o que lhe doí, é dor ou saudade que o peito lhe rói."
"Hoje nasceu no meu jardim mais uma flor
Que eu quero regar sempre com amor
Não estás ao pé de mim, neste momento,
Mas é para ti que vai meu pensamento!"
"Saudade é o que eu sinto no meu peito!
Quando não posso abraçar-te do meu jeito!"
E nunca pensei ser eu a dizer-te isto um dia. E muito menos pensei que, quando quisesse dizer, já não pudesse dizer ( não estivesses cá).
No final, foste tu a minha flor que cuidei com o maior amor*
Saudade (que mata).

1 comentário:

Andreia Azevedo disse...

Sabe tão bem ler os teus textos =') sabe mesmo *