25 dezembro 2009

Minha Pequena :')


E de repente, és muito mais.
Aquilo que se designa de "afilhada" não encaixa aqui. És "muito mais".
Porque sabes quando dizer "quem te disse coisas tristes não era igual a mim" e numa bola amarela estás-te do meu lado, de repente, todos os dias.
Posso correr e chorar. Sabes dizer aquelas palavras.
As festinhas que adormecem e fazem sonhar com Princesas e Sapos. E falar e acabarmos sempre por dizer "sei bem o que estás a dizer" porque, na verdade, pensamos igual e vemos igual.
Porque quando dizemos "vamos fazer" fazemos, tal como o planeado.
Porque prometeste e apareceste, debaixo da árvore, tal e qual como eu sentia que ias fazer.
Porque a "fragilidade" que nós sabemos bem definir (tudo menos o que diz o dicionário, esse tão errado quanto ao sentir) chegou até à ilha que me diz já tanto por ser a tua.
Porque longe estamos perto, ainda mais perto que se fossemos vizinhas do mesmo andar.
Porque percebes a minha nostalgia e a minha tristeza. Porque compreendo o teu mau feitio e o que te aborrece. Porque quando rimos às gargalhadas é porque é aquele o momento.
E de repente, "muito mais é o que nos une que aquilo que nos separa" e quando o dissemos mal sabiamos o risonho futuro que nos esperava.
Contigo gosto de usar as palavras sempre e nunca, porque (mesmo podendo errar), sinto que não são em vão. Verdadeiras, sinceras. Pequena e madrinha, como sabemos tão bem ser.
Em mimo. Em festinhas. Em parvoices. Em gargalhadas. Em lágrimas. Em parecenças (tão gigantes). Em sensações. Em sentimentos. Em corações tão parecidos, tão quentes e tão a ferver de vida.
Nós sabemos que vale a pena ligar só para dizer: gosto de ti*
Sempre do teu lado. Nunca duvides. Adorar-te minha pequena :')

23 dezembro 2009

Ge nui na mente


A minha alma está gasta. Gasta e

re par ti da

nos mil pedaços que compoem o que me

fra gi li za.


Se em vez de mil fosse um que me

com ple ta

A angústia seria menos que o mais que

é.


Se fores e não me vires é porque

par ti.

Ou porque de gasta já ninguém me

v ê.


Se fores, desculpa, não foi por

t i.


Foi por esta minha incapacidade de dar cor à

al ma.

Gasta e cinzenta que não deixa que pintem com

co res.

Que são as que recuperam a minha

al ma.

Mas se tenho

fu jo.

Se não tenho

que bro.


A minha alma está

gas ta.


E queria voltar a ser criança para que os presentes debaixo da árvore e as músicas de Natal me fizessem, apenas e

ge nui na mente

sorrir.

08 dezembro 2009

O primeiro.

"Neste infinito fim que nos alcançou"
Guardo o que só tu me fizeste sentir*
(em nós, ficaremos. sempre)

17 novembro 2009

(foi um dia)

Olho e lembro a cama despida de ti.
E recordo o que já foi e não é mais.
E espero ainda o pijama azul tentando esquecer que a última recordação que tenho dele é só, acompanhada de outra do mesmo nome que me fez sentir mais só do que se tivesse sem qualquer presença do meu lado.
A cama que ficava sempre vazia porque preferias a minha, mais quente do mimo que era nosso.
E vem-me à memória as fotografias que vi pela última vez da mesma forma (só) e onde tinha rastos de nós.
Do que fomos.
E olho os meus pensamentos como simples espectadora porque a saudade é tanta que aquela que foi realidade já nem parece minha.
Olho e recordo as memórias despidas e desprovidas do mínimo do que já fomos tanto, tão despidas e desprovidas que nem parecem que um dia foram minhas, foram nossas.
E quando tiveres que o deixar (já que o meu já deixaste há tanto) não me vais agradecer porque já não sou parte delas que o compõe (também elas a última recordação que têm minha é só, acompanhada duma diferente do mesmo nome) porque já não fiz parte deste, e é o último.
E quando fechares a porta (sempre cedo demais) já não vou sentir tão próximo o obrigada e as lágrimas porque já estás tão longe.
Guardo as recordações que se tornaram numa realidade tão desprovida e despida que não parece já minha, já nossa (foi um dia).

30 outubro 2009

"...não sei se a alma existe mas alguém feriu a minha"

27 outubro 2009

Tu

Eu disse-te que era tudo preocupação e carinho *
Gostar
'Sabe a sumo de limão'

17 outubro 2009

Sonhos de Princesa

"Andas ai a partir corações como quem parte um baralho de cartas"

Quando é o sonho ideal a mandar pensas e refazes a história mil vezes. Mas é a tua história, a perfeita, a de promenores exactos de perfeição e amor. É a tua. Aquela que sonhas como sonhaste em ser princesa aos cinco anos. A princesa da vida perfeita, da casa perfeita, do amor perfeito.

Eu sonhei. Errei.
Será que a culpa é da realidade?
Não será o erro sonhar?
Não será o erro o contexto perfeito que sonhaste e fugiu?

Sonhei.
Avisei que não queria sentir
aquele ardor.
Não o que foi (não era aquele o dia, aquela a hora)
Não era assim a vida da princesa
Não era assim que queria sentir o que não devias querer.
Não
era.

Vai porque
foi.
Não fiques no sítio onde as
mãos se dão.
Não fiques
segue.

A marca fica. Não era assim.
(Leva a rosa. Destruo os espinhos).

04 outubro 2009

Odeio.

Odeio quando o colo me falha. Desculpa. Odeio.

03 outubro 2009

Parabéns*

O "esplendor do sorriso" que conheci e que gostava que ficasse.
Aquele casaco que começou a história que nos ligou, ela azul, ela das cores que nos pertencem. E a paisagem. E as margens.

Parabéns por seres genuína, mulher, forte, de carácter.
Parabéns por lutares pela tua felicidade acima de tudo.
Parabéns pela meiguisse, pela raça, pelo brilho.

As ruas em que nós descobrimos não são mais as mesmas que percorri antes. Dois anos, que são muito mais. Poderão ser mais.

O teu encanto que, a sorrir, me mostraste e as histórias que partilhamos. O 19. Os papeís amarelos. As paredes que te ouviram, que me ouviram, que nos conhecem. E lá voltamos para encontrar recordações e continuar a fazer história. A nossa.

Parabéns, por seres tu, determinada, bonita, caracóis, força, brilho, carinho, felicidade.
Parabéns por me fazeres conseguir imaginar o quadro que quero pintar, de nome gostar.

Parabéns meu Piolho (obrigada pelo privilégio de te poder chamar, assim, Piolho)*
Gostar de ti* (como Gaia gosta da vista do Porto)

Única*

25 setembro 2009

Fim

Neste infinito fim que nos alcançou
guardo uma lágrima vinda do fundo
guardo um sorriso virado para o mundo
guardo um sonho que nunca chegou

...

No mundo onde tudo parece estar certo
guardo os defeitos que me atam ao chão
guardo muralhas feitas de cartão
guardo um olhar que parecia tão perto


Toranja, Fim

14 setembro 2009

Apetece...

'Apetece-me dizer'.
Mas não digo.
Sempre que o faço arrependo-me
de ser eu.

Não me ensinaram assim.
Disseram-me sempre para ser eu.
e sonhei.
Não podes
que tropeças.

'Apetece-me' mas não. É melhor.

(a minha mãe sempre me disse para ser eu e cuidar de mim, olhar para mim. os filhos acham sempre que sabem mais, nunca obedecem)

'Apetece-me'

05 setembro 2009

Mês.


"Buscar, procurar, tratar de conseguir.
Instigar; induzir ao mal.
Empreender; intentar.
Pretender; diligenciar.
Mostrar o intento de.
Exercitar; experimentar.
Provocar.
Arriscar.
Pôr à prova.
Expor-se a.
Proceder à tenta ou corrida de novilhos.
Arriscar-se; aventurar-se.
Deixar-se seduzir."




"Receio.
Terror; susto.
Alma do outro mundo."




Fica sabor a Verão.

26 agosto 2009

Espontânea.

" "hoje vou fingir q nao vou voltar.despeço-me do que mais quero" "
Elas cairam, naturalmente. Li e cairam pesadas. Suspiraram aliviadas por cairem. E na altura peguei no telefone a soluçar. Não sabia porquê. Gosto mais quando elas caem assim. Ajuda tanto.
Provavelmente, das poucas vezes em que fui espontânea. Provavelmente.
Até queria ser eu.
"E se soubessem o que o medo é capaz de fazer."

25 agosto 2009

vai.

Vai e segue o caminho (o teu).
Não sou quem queres apenas
a ilusão.
Não sou capaz. Não somos.

Porquê? Fui feita para
ser ferro.
Ser a independência
desejada e angustiada de mim.

Vai e segue porque é
o que queres na verdade.
Sinto-me apertada, presa
desconfortável em nós. (Porquê injustamente se nunca ninguém me quis tão bem).

E quando te imagino
rodeado duvido porque
ali nascemos nós.

Vai. Será mais fácil. Fico a chorar
o que não sei e nunca soube.
Assim vais ser tu (poeta).

20 agosto 2009

Foi.

Abri a caixa a pensar naquele papel. E foi o primeiro em que peguei, sem ver.
Lembro-me daquele dia, daquela sensação, daquele abraço como se o estivesse a sentir agora (e o brilho no olhar).

Preocupação? Talvez. Trazia para não doer.
Encostava. Aquecia.

Sempre gostei de usar o presente.

Aqueço-me a mim um dia. Talvez.

(agarra enquanto podes)*

17 agosto 2009

Agora.




"Recebe menos quem mais tem para dar.

Agora queira dar licença que eu já vou."

16 agosto 2009

Busquei (a dançar no silêncio morto)


"Chorei
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei se quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo

Busquei
Nas palavras o conforto
Dancei no silêncio morto
E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo"
"Alguém me ouviu (mantém-te firme)", Mariza e Boss AC
(não me olhem assim)


"as pessoas que mais sofrem são as que não sabem o que querem"
(não me olhem assim)
Anatomia de Grey


15 agosto 2009

Muito mais que afilhada *


É de repente, num gesto simples, que deixamos de ser nós os pequeninos. Há uns tempos, era eu que tremia a pensar na minha escolha. Hoje, sou eu a escolhida, a que tenho que olhar por alguém, pela minha pequena.


E muito mais de repente torna-se mais que afilhada.

Confidências. Segredos. Angústias.

Ouve-me a dizer mil vezes o medo que é parte de mim em tantas situações.

Sim, coisas que muitas vezes só ela sabe.




Obrigada por me deixares cuidar de ti.

"Muito mais é o que nos une que aquilo que nos separa" :')


Volta para te esmagar com o meu abraço* Saudades*

14 agosto 2009

Tentar?

Fere em vez de matares. De vez.

Já me custa a crer que a capital exista.

"(Não me queres)
(Não me qures)

Para onde vão os amores que foram um dia.
A janela, onde já nenhum vento. A janela que um dia deixaram aberta.
Os amores que foram um dia e não voltam mais.
Ela olha-o. O coração é um bicho.
Olham-se ainda. E nunca mais se olharão assim."

Rodrigo Guedes de Carvalho, "Mulher em Branco"

09 agosto 2009

a tempo?

Sentada. Escuro.

Ali tinha tudo para pensar no que é meu.
Via os outros passar. Os jovens na descoberta. Os de terras distantes a conhecer esta calçada. Os que vinham trabalhar. Os que andavam perdidos e corriam pela dependência. Os que sentiam a noite. Os que discutiam. Os que riam.

Enquanto os via passar perdia-me na vida deles. E a minha em branco.
Bem me dizem para pensar na minha.
Vivi a daqueles desconhecidos naquela hora e meia.
No desespero baixava a cabeça para me sentir.
Queria ter onde lavar a alma. Naquela altura era eu. E eu
tinha que saber limpar a minha
sozinha.
Nunca o soube. Não sei.

Ver o que é meu. E viver
não sei.
Não veio no livro de instruções.

Queria ter onde limpar a minha alma.

Vou correr
para viver por mim. Será
que vou a tempo de mim?

Queria ter onde limpar a minha alma.

(Dizes luz e nada se acende)

" -Sei o que vais dizer. Qualquer coisa sobre confusão porque achavas que não tinhas deixado de me amar. O pior? Acredito. Houve alguém que disse que o coração tem mais quartos que uma casa de putas.

A janela. Na vida deles uma janela que deixaram aberta, uma coisa mal fechada, indefesa às tempestades. Uma corrente de ar."


"(Dizes luz e nada se acende)"


"A janela, onde já nenhum vento. A janela que um dia deixaram aberta."

"Olham-se ainda. E nunca mais se olharão assim."
?

Rodrigo Guedes de Carvalho, Mulher em Branco

06 agosto 2009

Ficar ferido a ter de matar.

"Há uma vida que te aconteceu, que percorreu caminhos dentro de ti. E agora. Agora isto. Reduzida a sentidos. O imediato, apenas isso. Repara que só existes por segundos. Digamos que não reténs."


"Eu tento dizer-lhes, Laura, mas não consigo.
Não sei porque quis fugir, não sei porque já não te queria se um dia te quis tanto. As incompreensíveis armadilhas do amor, quem as sabe explicar. Um homem foge quando pensa que está a morrer. Preferia, se isso te consola, Laura, que fosses tu a abandonar-me. Havias de perceber que é humano, preferir ficar ferido a ter de matar."


Rodrigo Guedes de Carvalho, "Mulher em Branco"



Desejo de, por vezes, ser "mulher em branco". Ficar "reduzida a sentidos".
Pelo ardor, a pele quente e queimada que me magoa sentir (tantas vezes). Pela respiração que às vezes prefiro não ver. Pelo cheiro, pelo calor, pela mágoa.
Desejo ficar "reduzida a sentidos" qual manhã indefesa. Desejo.
Desejo tantas vezes afastar o desejo que me queima. Arde
e
sufoca.
O calor que não quero perto.
A
pele queimada que quero minha.
A minha.
Vai
procura o que mereces.
Não
me vejas assim.
Olha
para o lado e esquece. Esquece-me.
Mata. Fere.
Deixa-me sem o sufoco de não querer sentir o ardor na pele queimada.
"mulher em branco". quero-o ser para te sentir.

14 julho 2009

A caminho*



A caminho do meu lugar.

Levo-o e espero, como antes, que ele volte maior.
Levei-o noutros tempos, fugiu de mim. Ficou.
Gostava de mandar nele, ser como é melhor. Ser como deixa a vida mais minha.
Não devia ser assim. Não devia.

É natural. Deixem-me apenas mandar nele por quinze dias.
Prometo que volta à essência de ser meu porque sim. Aí, ele vai voltar.

Meu lugar, deixa-o estar aí comigo. Depois volta comigo. E tudo continua. Meu lugar.

(Quebramos os dois. Agora não.)

11 julho 2009

Desconfio.


Dobrou as camisolas com o preciosismo de sempre. As sapatilhas no sítio certo com a mala a rebentar de um ano de vivências. Despiu aquele canto de tudo o que o tornava diferente, tudo o que o tornava dela. Agora é um nada marcado de algo que teve. E tantas vezes eu vi (vivi, senti).

Todas as idas eram uma ameaça.
Quando voltava já os caminhos eram diferentes, mas voltava.

Voltou para lhe lembrar que este canto ainda tem as recordações. Tem todas as marcas. Todas as recordações em amarelo coladas na parede. Que continuo a "passar a ponte".

Aquele abraço abstrato por tantas vezes imaginado.
Aquele sorriso cansado, meigo e vivido.
Aqueles olhos ternos, o olhar mimado.
As palavras de criança que me ficam no ouvido.

Aquele dia que é apenas mais um, mas em tudo é diferente.
Aquele dia tão rápido que chega de repente.
Aquele teu desconfiar, que é o meu, que é o nosso.
Aquilo que quero guardar. Guardar. Guardar.

A caixa está lá, não faz barulho, sussurra. Ela sabe tudo, vê, ela lê os olhos nossos. Em todos os tons ela sabe, ela sente o que é diferente. Em todos os tons ela sabe, ela conhece esta gente.

Não quero pensar nos medos, os segredos já criamos. Não quero pensar nos erros, guardo mimos, palavras, sorrisos. Guardo aquilo que é nosso. Só nosso.

Desconfio meu bem*



O Jardim - Tiago Bettencourt

04 julho 2009

Ela e Ele.

Ela
"Mas porque é que a gente não se encontra
...
Eu fui mesmo até à casa de fado
Mas tu não estavas em nenhum lado"


Ele
"Já vai há coisa de um mês e tal
Que eu não a vejo entrando num bar!"



E em tons diferentes eles procuraram. E o caminho parecia tão diferente, tão distante, tão oposto. Tropeçaram. Escreveram as vírgulas no sítio errado e o ponto final veio sempre ameaçar, tornando-se reticências.


Eles erraram. Eles foram por caminhos errados. Baixaram os braços e fingiram seguir.



"Mas ela vai voltar"



E voltaram. E tentam, agora mais do que nunca. Ela saiu da casa de fado e ele veio fumar o seu cigarro para fora do bar. E, desta vez, correram os dois em uníssono. No caminho, voltaram-se a encontrar.


"Afinal não estamos assim tão fora do tom" :') *

18 junho 2009

Saudades perto.

Às vezes tenho saudades. Agora tenho saudades. Mesmo perto.

De receber aquelas palavras.
De sentir aqueles gestos.
De não sentir distância mesmo perto.
Do abraço ser forte e com vontade.
Das palavras surgirem porque sim.
Das conversas com enigmas que mais ninguém entende.
De perguntares, porque tens medo, e de eu tentar encontrar resposta mesmo sabendo que sei menos que tu.

(Mas não digo por medo de perder, de massacrar. Porque quero que sintas, porque sim. Mais, não digo por medo da injustiça de exigir demais.)


Ás vezes tenho saudades. Agora tenho saudades. Mesmo perto.

16 junho 2009

Catarina.


De olhos azuis, a menina loira.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


Quer sempre ajudar se a bomba estoura.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


Esquece-se de amar, doi-lhe o corpo e chora.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


Olha pelos outros, perde a sua hora.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


Precisa que olhem por ela, não sabe pedir.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


Promete o possível, sonha o impossível e vê os outros seguir.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


Chega ao fim e agora não vê a razão.

Mas por si não corre, Catarina é medo.


É simples, passou da hora e nem olhou pela sua emoção.

E por si não correu, Catarina sempre foi medo.

13 junho 2009

Quando.

E quando olhei para o lado... já não estavas lá...
(saudades diferentes. recordações.)

10 junho 2009

nó na garganta.
costuras apertadas.

D(esculpa)ois caminhos.

E entre arrumações vi dois... (detesto).
Setas de direcções opostas. (detesto)
Esquerda e direita. (detesto)
Dois discursos. (detesto)
Lua e Sol. (detesto)
Senti-a que era aquilo. (Três temas me assombravam. Mas era aquele).
"Como está?" "Está bem." Sabia que não.
Se era mensagem sabia.
Se ia falar, sabia.
Se ia olhar por ele, sabia.
Só ela não sabia o quanto me doeu saber que lhe era difícil (detesto).
D(esculpa)ois caminhos que injustamente suportaste.
Mas doeu-me muito mais do que possas imaginar todo o cenário. As pessoas. Duas.
D(esculpa)ois caminhos. (detesto)
E ainda hoje doi.

09 junho 2009

4







Há alturas em que "me sinto tão feliz que só me dá vontade de chorar".



Só porque dizer "vai ficar tudo bem, prometo" nunca fez tanto sentido*








08 junho 2009

"Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê."
Luís de Camões

07 junho 2009

Hoje

...

(e tudo é um eterno recomeço)

Nó na garganta.

05 junho 2009

medo.

Tenho em mim medos.
Tenho em mim dois medos maiores.
Agarra para que não partas.


Borboleta - Foge Foge Bandido

01 junho 2009


Apontamento - Margarida Pinto

"A minha alma partiu-se como um vaso vazio.Caiu pela escada excessivamente abaixo.

...

Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.

...

Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.

Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.

...

Olham os cacos absurdamente conscientes,

Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles.

Olham e sorriem.

...

A minha alma principal? A minha vida?Um caco.

...

não sabem por que ficou ali."


Álvaro de Campos

(vou colando os pedaços. sonhando)

*

31 maio 2009

Sonha.


"Quando estiveres triste, sonha"


Quando estiveres triste, sonha que estás no teu sítio preferido.

Quando estiveres triste, sonha que tens sempre a companhia dos teus melhores amigos.

Quando estiveres triste, sonha com o beijo de quem mais gostas.

Quando estiveres triste, sonha que vais fazer para o resto da vida o que mais te apaixona.

Quando estiveres triste, sonha que o mundo tem as cores que mais gostas.

Quando estiveres triste, sonha que conseguiste alcançar o teu sonho mais sonante.

Quando estiveres triste, sonha que consegues.

Quando estiveres triste, sonha que sorris.




Depois vem ter comigo e diz-me se resulta. E ensina-me como a sonhar.

29 maio 2009

De preto. Sem fazer barulho.

É ela que chega, irónica e certa.
Aparece de repente.
E, num segundo, apaga tudo e deixa dor em muitos
(ou poucos quando a solidão já inundava quem foi).
Ou vem, de riso irónico, e vai massacrando, massacrando
Cravando a ferida para ter a certeza que nem disfarçada é.
Vem de mansinho, sem fazer barulho, irónica, até destruir.
É ela que vem e faz tão naturalmente aquilo que tanto custa a aceitar ao comum dos seres humanos.
É ela que vem.
De preto.
É, mata.
(E o pior é se olhamos para trás e vemos que a vida passou por nós e não nós pela vida.
E deixamos algo por fazer.
E deixamos algo por dizer.)
"Senhora de preto diga o que lhe doí, é dor ou saudade que o peito lhe rói."
"Hoje nasceu no meu jardim mais uma flor
Que eu quero regar sempre com amor
Não estás ao pé de mim, neste momento,
Mas é para ti que vai meu pensamento!"
"Saudade é o que eu sinto no meu peito!
Quando não posso abraçar-te do meu jeito!"
E nunca pensei ser eu a dizer-te isto um dia. E muito menos pensei que, quando quisesse dizer, já não pudesse dizer ( não estivesses cá).
No final, foste tu a minha flor que cuidei com o maior amor*
Saudade (que mata).

27 maio 2009

' Há dias... '

"Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.
...
Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim."
Fernando Pessoa
Agarra, enquanto podes.
E citando-me (com medo que a vida seja uma eterna repetição daquilo que queremos nunca mais sentir):
Escolhe enquanto podes. Se a face não for a que desejas ao menos sabes que lutaste para que fosse aquela. Redonda, conclusiva, perfeita, simétrica.

25 maio 2009

Voltas?




"Ainda me alteras o passo, se te vejo passar
Energias se cruzam num segundo de olhar
No momento em que somos só dois na multidão
E desejamos voltar.
Ainda me alteras a fala se te encontro parada
Nesse sensual fumo, nessa cinza esquecida"




"não é de me desculpar esta esperança de ainda voltares? Tenho-a toda. Toda a gente para me arrancar. Eu luto para não. Porque sei que amanhã, ou depois, nunca mais tarde, voltas. Desculpas? Voltas?"




"Na lua onde azul lua te espelho"




(e tudo passa tão rápido.)

24 maio 2009

Saudade


"a saudade mais que um perigo é um castigo e prisão por prisão temos Lisboa"
Só os sentimentos mais fortes nos fazem transformar saudade em alimento. Só os sentimentos mais fortes nos fazem continuar a conhecer o olhar daqueles que tanto amamos.
"nem sempre encontro o melhor modo"
Saudade
*

23 maio 2009

Gostar

"Se me esqueci de trazer a tua prenda é porque tava a pensar em ti"

"reflexo no espelho leva à emoção, a lágrima ameaça do olho cair"
"É cria, criatura e criador, cuida de quem me cuidou, pega na minha mão me guia"


Gostar*

25 abril 2009

Fábrica de sonhos


Uma Fábrica de sonhos que insiste em "olhar de frente até o sol queimar".


("ouvi dizer" sem ter certezas. Sem saber se era isso que queria ouvir. Sem saber se queria de facto ser fortaleza. Tentarei ser princesa.)


Conseguirei agarrar?
A treinar sorrisos que não sejam ensaiados. A treinar merecer quem me quer bem. A treinar. A tentar.
"Hei-de morrer a tentar!" Será?
Obrigada* (a vocês)

20 abril 2009

Frieza dos sorrisos.

"O nada não ilumina, não inspira, não aflige, nem acalma,apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si."
"A resposta eu sei de cor,está estampada na distância e frieza dos sorrisos,na frouxidão dos abraços,na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz."
Uma Fábrica de sonhos nesse "jeito fechado de quem moi o sentimento"

19 abril 2009

Gosto. 19.04.09


Gosto quando vens ao meu cantinho porque assim a minha casa fica mais feliz.
Gosto quando és parva porque me lembras de como é o sabor da gargalhada.
Gosto quando vamos, sem hora marcada ou planos prévios, apenas porque queremos criar momentos só nossos.
Gosto quando realizamos os pequenos sonhos (que marcam toda a diferença)
Gosto quando fazemos de conta que não nos lembramos do que a outra não gosta só para mostrar que nos conhecemos cada vez melhor.
Gosto quando sabemos exactamente o que significa o olhar uma da outra.
Gosto quando me dizes "obrigada por saberes cuidar de mim, olhar por mim, tratar de mim, escutar quem sou... e se ao menos tudo fosse igual a ti".


(O amor é como a manteiga, quando acaba compras outro pacote senão não há torradas para ninguém.
Que é aquela corrente men?
Fiat nessa fiat.
Tá com uma moca! Tá nada, é com um Fiat.
Aquele carro podia entrar no nosso programa de TV: CD 85.
Oh meninas, são horas de estar na naninha. Ya niga.
Aqueles são larilas.
O só está escrito a caneta.
Ei, não bebas isso.
O mercador está altamente e não tem consumo. Ah, e tem muita mercadoria.
Tem 30 segundos pa por os phones. Ei, caloiro obediente!

Achas que pode ser este o dia?)

"Quem vem e atravessa o rio"

"quem te vê ao vir da ponte, as cascatas são joaninas" ("o que são as cascatas são joaninas mamã?")

"E lampiões tristes e sós"

"E é sempre a primeira vez, em cada regresso a casa, rever-te nessa altivez de milhafre ferido na asa."


Porto Sentido - Rui Veloso




Ups, era só para dizer que gosto de ti meu piolho.

17 abril 2009

"tens que saber."

(eu sei).

16 abril 2009

Agarrada?

"- Como te deu para supor que eu me apaixonei assim em poucas horas?
Julgo que me imaginas apaixonada?
- Não, ainda não, inclinada, agarrada, atraída... ou outro qualquer termo desta força que deixarei à tua escolha, isso sim. Para isso não é preciso muito tempo."
Júlio Dinis



Capitao Romance - Ornatos Violeta

08 abril 2009

Fora da melodia.

("Sambar é chorar de alegria, é sorrir de nostalgia dentro da melodia.
E quem suportar uma paixão sentirá que o samba então nasce do coração.")

07 abril 2009

De cor-de-rosa e sabrinas com fita de cetim

Era um canto pequenino. Desenhado a lápis de cera. Com as imperfeições típicas do desenho de uma criança. Mas com os sonhos delineados de forma firme (embora infantil).
Pequena, roliça, mas perfeita.
Mesmo achando que os olhos eram horrorosos, à volta apertavam-lhe o nariz e o brilho era genuíno.
Caminhava como se fosse a casa dela. E já todos os cantos lhe pertenciam. Já todos os cantos lhes pertenciam. E foi aí que aprendeu que há a palavra "essencial".

O passo ameaçava ser duro e o medo (ainda infantil) de quebrar laços era adulto demais. Mas levou com ela todos os cantos coloridos com o arco-íris (aquele imperfeito, a lápis de cera), e, com ela, os "essenciais".

E conheceu outro canto. Menos colorido. Mais exigentemente perfeito. Mas ele com sonhos ainda mais certos, mais convictos, mais carregados. Menos (mais) infantis. Mais (ir)reais. E lá cresceu. Aprendeu que há algo também "essencial" (para além das pessoas). Os sonhos que descobrimos. A paixão, aquela que é certa.

Tropeçou. Num tropeção que ameaçava não ter volta. Dura a queda. Quase impossível de levantar. Levantou. Mas era outra. Os cantos coloridos a lápis de cera ficaram no interior. A palavra "essencial" permaneceu. Mas a ela acrescentou a falta de coragem para dar alimento à "paixão essencial". E foi apenas uma das feridas.

A pequenina continua a dançar nos cantos coloridos e imperfeitos que conheceu, pintou e sonhou. Ela continua, pequenina, perfeitinha, de cor-de-rosa e sabrinas com fita de cetim. Ela continua com o brilho genuíno do azul (e verde) do olhar e do sorriso infantil (ir)real. Consigo vê-la daqui. Só não lhe consigo tocar.

(E ficou aquela que mudou e perdeu as cores do arco-íris. Daí errar tanto. É uma busca incessante pelas cores certas.)

04 abril 2009




"Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão."

03 abril 2009

Há dias...



" Há dias em que não cabes na pele com que andas

Parece comprada em segunda mão um pouco curta nas mangas.

Há dias em que cada passo é mais um castigo de Deus

Parece que os sapatos que vês, enfiados nos pés, nem sequer são os teus."

Ala dos Namorados

"Quantos já tentaram escrever sem tinta?"

27 março 2009

Mania das Palavras

"Os balanços são fáceis. Porque não adiantam nada. Chegamos a conclusões apenas para nos magoarmos. Ou para ter saudades. Quando na verdade não adianta. Gostamos de reflectir, de conjecturar. Achamos que isso faz de nós pessoas sensíveis, sensatas. Temos a mania das palavras."
"Somos isto hoje. O que seremos depois. Depois de alcançarmos a montanha. Espreitar em antecipação."
"Demora a sabermos que estamos aqui. Que devemos contentar-nos. Desfrutar. Usufruir."

"o teu jazz, o jazz que escolheste minuciosamente, calou-se há muito sem que te apercebas"
Rodrigo Guedes de Carvalho, A casa quieta

21 março 2009

20.03.09

As minhas capas negras.
Totós azuis.

Obrigada. Infinitamente obrigada. Com vocês na plateia faz todo o sentido.

Foi vossa esta noite: 20.03.09 (o nosso "Porto, o Douro tão lindo").

*

14 março 2009

Simétrica

"A vida olhada como uma moeda. Nada de mais redondo, conclusivo, perfeito. Simétrico.

Escolhe uma face ou deixa que uma face te escolha."

Rodrigo Guedes de Carvalho, A casa quieta


Escolhe enquanto podes. Se a face não for a que desejas ao menos sabes que lutaste para que fosse aquela. Redonda, conclusiva, perfeita, simétrica.

07 março 2009

Desconforto.

"Nunca é bem uma dor. Mais um desconforto. Um torniquete que se aperta de vez em quando, quando já parecia esquecido. Algures na zona a que chamamos barriga, onde se escondem imponderáveis como fígado, baço, intestinos, rins. Por ali, algures, um torniquete que a queima. Reaparece agora. Como sempre, imponderável no tempo e na situação. Desejaria estar em mais recato, algures onde pudesse esconder-se para chorar sozinha, abraçada ao seu corpo estragado. Cada passo se torna custoso, cada palavra um sofrimento, tomara que ninguém lhe pergunte nada, para não ter de responder."

Rodrigo Guedes de Carvalho, A casa quieta

02 março 2009

Dizem.


"Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração."


Fernando Pessoa

26 fevereiro 2009

Será?


As saudades são de ser a princesa em vez da fortaleza.