17 novembro 2009

(foi um dia)

Olho e lembro a cama despida de ti.
E recordo o que já foi e não é mais.
E espero ainda o pijama azul tentando esquecer que a última recordação que tenho dele é só, acompanhada de outra do mesmo nome que me fez sentir mais só do que se tivesse sem qualquer presença do meu lado.
A cama que ficava sempre vazia porque preferias a minha, mais quente do mimo que era nosso.
E vem-me à memória as fotografias que vi pela última vez da mesma forma (só) e onde tinha rastos de nós.
Do que fomos.
E olho os meus pensamentos como simples espectadora porque a saudade é tanta que aquela que foi realidade já nem parece minha.
Olho e recordo as memórias despidas e desprovidas do mínimo do que já fomos tanto, tão despidas e desprovidas que nem parecem que um dia foram minhas, foram nossas.
E quando tiveres que o deixar (já que o meu já deixaste há tanto) não me vais agradecer porque já não sou parte delas que o compõe (também elas a última recordação que têm minha é só, acompanhada duma diferente do mesmo nome) porque já não fiz parte deste, e é o último.
E quando fechares a porta (sempre cedo demais) já não vou sentir tão próximo o obrigada e as lágrimas porque já estás tão longe.
Guardo as recordações que se tornaram numa realidade tão desprovida e despida que não parece já minha, já nossa (foi um dia).

1 comentário:

Bézinha* disse...

Enganaste-te. Aposto o que quiseres.