23 novembro 2010

"Desatender (por efeito de distracção!)."


M. C. N. B. M.


Poderiam ser só e apenas letras soltas. Na verdade, até são. Mas se olhar, sei contar uma história. De vida. Só com estas letras, mas nesta exacta sequência.
E achas-te tu capaz de aprender. A não ser que aprender não seja não voltar a repetir o erro, não aprendeste nada. É coração, mania de mandar mais que a razão.


"Desatender (por efeito de distracção!)."

E se um dia ele for capaz de aprender?

27 outubro 2010

Habituam-nos, desde cedo, a fazer escolhas. Supostamente, para que a experiência as torne mais fáceis cada vez que nos aparecem. Ou não?

Alguém que escolha por mim que nem disso sou capaz.

01 outubro 2010

E s t a r.

Falavam comigo e pareciam-me estranhos. Na verdade, não eram eles os estranhos. Mas aos meus ouvidos tudo aquilo soava estranho. Talvez porque não era aquele o lugar onde estava o meu pensamento (assim como em todo aquele dia). Nem aquelas pessoas, muito menos aquelas pessoas. Elas falavam normal, mas soava estranho. E onde senti, muito poucas vezes, não pertencer voltou a acontecer. Deixou de ser familiar por aqueles instantes.

Pela primeira vez, bateu. Queria, nem que fosse por cinco minutos, aquele gesto que já é parte de mim. Que já é meu. Nem que fosse por cinco minutos aquela pele. Mas não. (não podia, naquele dia não podia ter sido assim).

Os que me pareciam estranhos chamar-me-iam louca se vissem as lágrimas que cairam, abundaram, pesaram (nem que fosse por cinco minutos).

Pela primeira vez percebi que assim não poderei ser eu. Pela primeira vez voltei a ser pequena e a pedir para me deixarem ser eu. E descobri que a minha palavra é e s t a r.

Pela primeira vez percebi que assim não sou capaz de ficar.

13 agosto 2010

Devolver sorrisos :)


"Holding hands, making all kinds of plans
While the juke box plays our favorite songs"


"But it's much too strong
To let it go now"

16 julho 2010

Funeral.

É demasiado ácido, apenas um sabor demasiado ácido. E a pena que tenho de não ter ido ao teu funeral. Mas é a única.

Também, na verdade, não sei se alguém apareceu. Julgo ter sido das poucas pessoas que se apercebeu da tua morte. E a explicação parece-me simples.

Continua a ilusão de ser a mesma pessoa e feliz. E tudo se agarra ao mesmo. Apenas ao que não existe.

Quando me perguntarem por ti direi que morreste. E todos faltaram ao teu funeral. Até eu. Até tu. E não direi mais senão "se o virem por aí, digam que só o encontro na minha imaginação mas preciso de lhe tocar e lhe prometer..." ...

Acordei. Adeus.

(o meu coração berra. e abafei-o o mais que pude)

13 julho 2010

Elas.

Quando as tinha comigo e queria pô-las, desilusão. Não consegui tirar de onde estavam guardadas e pô-las lá. Tinha medo que assim ainda doesse mais. Há pouco tempo (tão pouco tempo que parece inacreditável), senti-me tentada a pô-las lá. Não uma nem três vezes, muitas mais. Não as pus por medo, por muito medo que voltassem a ser desilusão. E tinha razão. O medo impediu-me (ainda bem), a desilusão não me deixa novamente e agora só espero o dia em que posso pô-las sem medo a cada instante de serem desilusão (tantas vezes me dizem que há esperas que são em vão).



Vou começar a seguir, sem olhar para trás, e quem realmente quiser vai correr para me apanhar (acompanhar). (deixa o medo ir embora e sim, vou fazê-lo). Elas ficarão guardadas (certamente para sempre).

05 julho 2010


Sempre na defesa dele que é meu e que eu própria apanhei e trouxe para a minha morada.


"Hei-de morrer a tentar" defendê-lo. E juro que ficarei no meu lugar, por mim, ali. Não dou mais o que não posso.


"faz bem ao coração largar o que há em vão"


28 junho 2010

Sabem a minha morada.

Se o encontrarem, devolvam-me. Não que seja essencial à minha sobrevivência, mas faz-me falta. Saberão que é o meu. Pode não ser perfeito mas distingue-se bem (se me conhecerem genuinamente). Devolvam-me, se não for demasiado incómodo. Gostava de o ter de volta. É leve e fácil de apanhar. Sabem a minha morada.

Não é essencial, mas não sei acordar de manhã sem ele, e muito menos consigo adormecer serenamente. É o meu, não há muito por onde fugir. Está de certeza perdido numa rua qualquer. Provavelmente já passei por ele mais de mil vezes e nunca o vi. Mas se forem vocês a passar vão vê-lo, é quase certo. Apanhem-no por favor. É leve, não custa nada. Sabem a minha morada.

Sei viver sem ele. Mas não sei ser eu. Apanhem-no e tragam-mo por favor. Sabem a minha morada.

21 junho 2010

"Quando se é criança a noite é assustadora porque há monstros escondidos debaixo da cama. Quando crescemos os monstros são diferentes. Dúvida. Solidão. Arrependimento. Embora sejamos mais velhos e mais inteligentes, ainda temos medo do escuro."

"E a única forma de nos livrarmos de uma sombra é desligarmos as luzes para pararmos de fugir da escuridão e enfrentrar o que se teme de cabeça erguida."

"faz bem ao coração largar o que há em vão"

15 junho 2010

Guerras por lutar

"Algumas guerras nunca terminam. Algumas terminam numa trégua desconfortável. Algumas guerras resultam... em completa e total vitória. Algumas guerras acabam em paz. E algumas guerras...acabam em esperança. Mas todas essas guerras não são nada... comparadas com a mais assustadora de todas, aquela que tu ainda tens que lutar."

"Ainda desejamos... porque... às vezes... os sonhos realizam-se."

Não me peçam para relativizar. Muito menos me iludam nas resoluções que apresentam. Deixam-me apenas sentir o que mais de legítimo tenho dentro de mim. E não me condenem. Condenar é o caminho mais rápido para um situação semelhante. Deixem-me apenas sentir.

"Neste momento não precisamos de um conto de fadas. Basta um pouco de felicidade."

11 junho 2010

Mudem-me a pele.

Ligas futilmente a televisão e vives, por momentos, a vida de pessoas que, na verdade, não existem. E viajas na tua, mesmo pensando que continuas completamente a viver a daqueles que não o são na verdade. E se naquele dia...

...pensas no que foi.
...pensas no que era.
...revives as sensações que já foram um dia.
...revives o palpitar.
...revives o estômago em alvoroço.
...revives.

E julgas ainda teu. Não, não morreu aquilo que foi um dia. Para mim, ainda não. Mudem-me a pele para ser outra mulher. Mudem-me por favor e urgentemente a pele que assim é sufocante demais.

"ainda me alteras o passo se te vejo passar"

04 junho 2010

aprender

"Aprendi que há amores impossíveis. Amores a sério, daqueles que fazem o coração bater tão alto que achamos que toda a gente o consegue ouvir. Daqueles que fazem borboletas na barriga e não deixam dormir. Daqueles que fazem ir a casa cinco minutos, vestir a melhor roupa, maquilhar e pôr perfume. Daqueles que deixam um sorriso permanente e indisfarçável. Aprendi o que é um amor a sério. E também aprendi que pode ser impossível. Aprendi que o tempo pode ser inimigo e a distância é cruel. Aprendi que a mudança é inevitável. Aprendi que nem os amores a sério são para sempre. E então, tive que aprender a esquecê-lo. O tempo fez-se amigo e a distância aliada. Aprendi a não pensar e a não sentir. Aprendi que se não falasse, se não visse, se não soubesse, era como se não existisse. E achava que, assim, estava a aprender a esquecê-lo. Ele ia deixar de existir. Agora sei que isso não se aprende. Não se controla as batidas do coração, nem as borboletas, nem o sorriso. Por mais que queira, é inevitável pensar e sentir. É inevitável não ser completamente feliz de outra forma. Agora sei que não aprendi a esquecer, aprendi a esconder."

31 maio 2010

Só preciso que me dês a mão.

26 maio 2010

Dois

"Acontece." E corres o que podes.
"Mas se me perguntares." Atam-te o coração à alma, fecham a cadeado e trancam-te as palavras. Espera.

Se calhar, só mesmo o meu mundo é que anda no sentido inverso.

20 maio 2010

M :')


"Não há porque chorar por um amor que já morreu, deixa pra lá, eu vou, adeus... meu coração já se cansou de falsidade"


Hoje é o dia!


("e é pra não ter recaída que não me deixo esquecer... que é uma pena mas você não vale a pena")

18 maio 2010

"O amor é curto e deixa moça"

Ela acordou do sono mal dormido de há meses. Nas poucas horas que passa para o mundo dos sonhos preferia não o fazer. É como se de horas de sono não se tratasse. Insiste em pintar os olhos pela manhã. Ela tem o seu quê de teimosia, depois de os pintar pensa sempre o porquê de o ter feito. Assim ainda se nota mais o que não dormiu e o que (erradamente) sonhou. Já sabe o caminho pela manhã e ainda melhor a sensação de chegar a cadeira de escritório.

Na verdade, ela queria mais do que tranquilidade. No entanto, não quer mais que deixem a alma dela em paz. Ambiciona a manhã em que pinta os olhos e não se arrepende. Não quer optar já apenas pela base. Vai continuar a tentar disfarçar o olhar até ao dia em que o disfarce será a forma de mostrar o brilho verdadeiro.

Até lá, só quer tranquilidade. Ambiciona os tempos em que era pequenina e a única coisa que a chateava pela manhã era ter que vestir as calças que a mãe tinha escolhido no dia anterior mesmo sabendo que ela preferia sempre saia.

("dá-me ar" para poder pintar o mundo de azul petróleo)

11 maio 2010

Modo...


"deixo que saias lentamente dos meus ombros
e espero que tudo o que era teu saia contigo

desabitaste de ti a minha vida
e em teu lugar há apenas
um translúcido rasto de poeira que
a brisa há-de arrastar"


Será que só eu é que vejo que o mundo está a andar no sentido inverso? Não me olhes assim. (Tu ensinaste-me a amá-los).



"ainda me alteras o passo se te vejo passar"
o mundo a disparar*

28 abril 2010

"-É o que acontece aos sonhos - disse Charlotte. - A vida mete-se no caminho!"

Perdi a conta ao tempo que, depois de copiar e colar esta frase, tive a pensar nas palavras para colar aqui. Mas desta vez minhas. Preciso de berrar mas não tenho voz. "Não afastes os teus olhos dos meus". Os outros sabem o que precisava de dizer. Virei costas mas o meu coração ainda está no mesmo sítio, na mesma direcção (do avesso, partido, cosido, colado).
Mais tarde falamos sobre isto.

22 abril 2010

"And life's like an hourglass, glued to the table
No one can find the rewind button, girl
So cradle your head in your hands
And breathe, just breathe
Woah breathe, just breathe"
"winter just wasn't my season"

15 abril 2010


"Não me olhes que o amor ainda acorda"

14 abril 2010

Pacientemente (fingindo)


Virei costas e esperei. Esperei de braços cruzados, mas com um sorriso. Fingi-me de paciente. Não olhava, mas esperava. Pacientemente (fingindo). Dizia que ia só porque tinha de ser assim, convencendo-me a mim mesma de que era o melhor para o meu orgulho. E sabia tão bem que não era uma questão de orgulho. Não era.


Já conhecia aquela letra. Muito mais as palavras. De olhos fechados sabia como a caneta ia passando pelo papel. Já sabia. Conhecia isso tão bem como o meu nome. E insistia que tinha que ser assim, pacientemente (fingindo) esperava. Não por ser o melhor, sim porque queria tanto que o cenário não podia ser outro.


Sabia de cor como a caneta passava pelo papel, de olhos fechados.


Já não sei. Não conheco a letra, não sei no que as palavras se tornaram. Nem de olhos abertos reconheço. Nem virando-me de frente. Quando me virei, vi irreconhecível o que sabia de cor, de olhos fechados e costas viradas esperando pacientemente (fingindo).


De frente, de olhos abertos e descruzando os braços, virei costas para o caminho certo. Ainda não sei qual é o caminho que devo seguir, mas sei de cor, de costas viradas, de olhos fechados, de braços cruzados aqueles que nunca mais seguirei.

12 abril 2010

Desconhecida.





09 abril 2010

olhares.com

"Nunca parto inteiramente
Vivo de duas vontades:
Uma que vai na corrente,
A outra presa à nascente
Fica para ter saudades"


"Queria no meu monograma a letra do seu apelido"

08 abril 2010

"Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
No espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural."
"Todo o Carnaval tem seu fim."
"Deixa eu brincar de ser feliz"

04 abril 2010

dia M


"Recomeçar é difícil"


Mas ninguém manda que desafiem as leis. Sentir a pele gasta da sensação desafia o que somos. Gastou, gastei. Renovei. De pele nova, eu avisei. Em M luto. Em M aprendo. Em M cresço. Em M venço comigo. Em M digo a mim própria:



"Anda desliga o cabo que liga a vida a esse jogo."



E assim, "Um contra o outro". A nova contra a velha pele. Não é o tempo, é a luta. "Já não basta esta luta contra o tempo, este tempo que perdemos a tentar vencer alguém". Não julgues a pele que antes tiveste. Mas não a julgues melhor. Olha para o M. "Ao fim ao cabo o que é dado como um ganho vai-se a ver desperdiçado, sem nada dar a ninguém".



Com a nova, olho. Sinto. "Anda, faz uma pausa. Encosta o carro, sai da corrida. Larga essa guerra, que a tua meta está deste lado da tua vida. Muda de vida. Sai do estado invisível." Saio do estado invisível, mudo de vida. Gosto da não gasta. E no fundo, "troca de vício por outro novo, que o desafio é corpo a corpo." E no desafio, surpreendes a nova. E, no novo vício, lutas a dizer "Escolhe a arma, uma estratégia que não falho, o lado forte da batalha, põe no máximo o poder. Dou-te a vantagem. Tu com tudo, eu sem nada. E mesmo assim, desarmada, vou-te ensinar a perder."



"De tempos em tempos a nossa história ressurge. Então temos que nos lembrar... às vezes a história mais importante é a que estamos a fazer hoje."

Hoje M. Hoje decidi. O M. E agora, com novos vícios (os meus), saio da corrida, largo a guerra e vou para a meta, a minha, a do lado da minha vida.



Dia M

(obrigada*)

02 abril 2010

Último Desejo



"... é o meu amanhã"

29 março 2010

caixa pequena

Afastei as cortinas, abri as janelas e comecei a varrer. Primeiro calmamente, depois vigorosamente com raiva, depois com apatia. Peguei nas caixas, abri e redistribui tudo o que continham para que não houvesse um papel fora do lugar. Ordenei, umas atrás, outras à frente, segundo a lógica do coração. Nem pensei, sabia as que tinham que ficar mais atrás, acima ou abaixo. Apenas sabia. Aquela pequenina não tinha lugar. Não sabia onde a encaixar. Tinha que ficar atrás, isso sabia. Mas não havia nenhum lugar digno do seu conteúdo. Não havia.
Estava cansada e a caixa continuava na minha mão. Não sabia o que lhe fazer. Continuava na minha mão. E com ela na mão, lembrei-me.
Naquele dia, passeamos as duas descalças na praia. Deixamo-la na cadeira entregue às suas futilidades de quem nunca amou nem nunca lutou por nada na vida. E fomos as duas. Não gostava daquela praia, nunca gostava das praias que tu escolhias, mas acho que nunca te disse. Apenas respeitava o caminho que tomavas, por isso nunca te disse (nunca pensei que te deveria dizer). E caminhamos as duas. Contei-te do meu primeiro amor. Naquela altura tinha a certeza que a história tinha acabado, ele estava longe e sempre preferi não lutar, por muito sonhadora que sempre tenha sido. Tu disseste-me coisas que não acreditei, que não sentia naquela altura. Devia ter-te ouvido, tu que tinhas a voz da experiência e sempre soubeste tanto de amor, tu que só tiveste um grande amor na vida, mas foi sempre o amor da tua vida. Tu disseste tudo que vim a sentir mais tarde. Se te tivesse ouvido naquela altura não tinha chorado daquela vez. Era Setembro e ainda era tão pequena. Mas chorei, devia ter-te ouvido. Mais tarde voltei a sentir tudo outra vez, não com aquele amor que, na verdade, nunca o foi porque a distância não me permitiu ter a coragem de arriscar. Tu disseste tudo o que eu ia sentir na minha vida de cada vez que a história repetisse, e disseste tudo o que devia fazer de cada vez que a história se repetisse. E por duas vezes não te ouvi. E por duas vezes me arrependi.
Podias estar cá para passearmos na praia que nunca gostei para me contares o que fazer agora. Fazes-me falta. Odeio 29. A ausência tira-me a respiração.
703. Foi sempre o que me quiseste dizer.
(fizeste muito mais do que me curar da febre quando era pequenina. fizeste muito mais).
E continuo sem saber onde esconder a caixa...

26 março 2010

Segui*

"Seu amanhã já começou
Eu visto as notas da canção
Com versos na medida do meu coração
Saudade, é claro, todo mundo sente
Não pode é ser maior do que a gente é
Tinjo a imensidão
Com tintas na medida do meu caro coração


...

Voltar para o mesmo lugar
É impossível, irreal
Viver é qual o correr de um rio
Jamais retorna
Achei o que é melhor pra mim
E o tempo já me deu seu sim
E meu samba-canção
Revela a medida do meu coração"


"Agora queira dar licença que eu já vou"

Maria Rita

23 março 2010

vinte e três.

"A busca do amor pelo amor pode sobrepor-se por vezes à própria existência, por nos levar mais longe e mais alto do que alguma vez fomos.
...
É verdade que todos precisamos de sonhar, mas também todos precisamos de acordar.
...
Os sonhos servem para isso mesmo; perdemo-nos através deles para nos voltarmos a encontrar."

Margarida Rebelo Pinto, Noites brancas
"tens de largar a mão"

22 março 2010

ponto final (.)

"Se vieres às quatro horas, às três já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito..."

O Principezinho
Não mais arranjarei o meu coração porque não vais mais chegar. Nem sei bem onde ele está. Perdi-o algures e vou ter que começar a procurá-lo. Não importa as horas, não vais mais chegar. Já te perdi. A pequenina parte que tinha ainda viva em mim já morreu.
É o ponto final.

19 março 2010

"parece que o destino nos quebrou"

"Veio a tempestade sem nos ver, veio o vento forte e fez chover. Eu pensei que era tão bom, o amor dentro de nós era tão bom, eu pensei e tu também, que ninguém entrava em nós...
Parece que este fumo nos mentiu, levou-nos pela mão depois fugiu. E bem que não queres ver quem veio atrás sentir-me a pele para me entreter, para me entreter, para me entreter, para te esquecer.
Parece que o veneno envenenou, mas não mais a tristeza voltará a mim.
Parece que esta curva nos virou, mas não mais a tristeza voltará a mim.
Deoois de toda a festa não te vi, larguei o que pensava e corri.
Eu pensei que era tão bom, o amor dentro de nós era tão bom, eu pensei e tu também, que ninguém entrava em nós..."

O destino quebrou-nos. Quebrou-me. "Quebramos os dois"

E como te queria dizer "ainda penso em ti, pensa em mim... mas só mais uma vez".

Tiago Bettencourt & Mantha

16 março 2010

"-Gostaria de voltar no tempo. Eu faria tudo diferente, lutaria com mais força por ti. Eu acho.. Que se lutasse com mais força, talvez...
- Nós teriamos tido uma vida maravilhosa juntos.
-Teriamos sido uma família."

"Ter esperanças é tudo o que nos resta"

Anatomia de Grey

11 março 2010

Amar

Por muito que te queiram fazer ver, não vês. Não aceitas a outra realidade. Só o que imaginas. Não suportas a ideia de ser diferente. Não sabes o que fazer aos sentimentos, não os consegues simplesmente amarrotar e deitar ao lixo como um papel já sem uso. Não aceitas. Simplesmente, não aceitas. Simplesmente, não aceito.
Não vejo outro resultado que não aquele, O resultado. Não imagino diferente porque agora mudei. Agora prometo. Prometo que não sonharemos só. Que vamos fazê-lo. Só. E tanto. Só. Mas tanto. Não aceito que seja diferente porque não sei como amarrotar a vida e deitá-la no lixo. E começar tudo outra vez. Não sei. "Dá-me a tua mão e vamos ser alguém a a vida é feita para nós". Confias? Agora prometo, sem medos. Agora sinto. Agora sei.
"A convicção é nobre por natureza. Os convictos apaixonam-se e casam-se. Acreditam nos sentidos. Se sentem frio, não duvidam do frio e não duvidam de si próprios. Assim, conhecem momentos irrepetíveis. Ouvem "amo-te" nos lugares certos, dizem "amo-te" mil vezes e acreditam em cada uma delas."

José Luis Peixoto, Visão

10 março 2010

tempo.

"O tempo voa. O tempo não espera por ninguém, o tempo cura todas as feridas. Tudo o que qualquer um de nós quer é mais tempo. Tempo de se levantar. Tempo de crescer. Tempo de esquecer. Tempo."
Não quero esquecer. "A vida é muito curta para cumprir regras."
Anatomia de Grey
("só mais uma volta")

06 março 2010

Mais uma volta, por favor!


"Só mais uma volta
Só mais uma volta a mim
Só mais uma volta desta ninguém vai cair
Só mais uma vez que vês que ninguém está aqui
Queres só mais uma volta desta ninguém vai cair

Tempo frio afasta o tempo que nos afastou
Primavera lança o laço que nos amarrou

Tempo quente dá vontade de não resistir
Queres só mais uma volta desta ninguém vai cair

Ainda te sinto a seguir o rasto que deixo a correr
ainda penso em ti... pensa em mim, mas só mais uma
vez.

Diz-me ao que queres jogar que eu vou querer também
diz-me quanto queres de mim para te sentires bem
não te vejo bem ao longe não sei distinguir
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair

...

diz-me quanto tens de honesto quanto tens de bom
diz-me quantas provas queres diz-me quanto sou
Já não sinto nada dentro não sei perceber...
Queres só mais uma volta, desta ninguém vai dizer.

Ainda te sinto a seguir o rasto que deixo a correr
ainda penso em ti... pensa em mim, mas só mais uma
vez."


Tiago Bettencourt & MANTHA


Não pedi a ninguém que escrevesse por mim. Mas parece que me leram a alma, escavaram o coração, levaram a razão e deixaram a essência do sonho, o meu. "Só mais uma volta" que faria a diferença e trazia de volta a cor que faltou. E só peço: "Pensa em mim". Prometi e não chegou. "Pensa em mim".


(não, ainda não segui em frente nem o vou fazer enquanto não acreditar em "mais uma volta".)

03 março 2010

Simplesmente.


"Devemos fazer tudo o mais simplesmente possível mas não mais simplesmente do que isso"
António Lobo Antunes


"Aponta para alguma coisa, sei que não queres ouvir isto, mas vai ajudar-te. Aponta para aquilo que queres... (...) Afinal, as almas gémeas acabam sempre por se encontrar."
"Para Sempre, Talvez"

27 fevereiro 2010

Tempos diferentes.

Foi sempre este o problema. Uma questão de tempo.
Temos a mais quando não o querem tomar. Escasseia sempre que te procuram.
Estende a mão e sente (e quando arranjas coragem é tarde demais).
Apertam-te a garganta e não saem as últimas armas que tens para agarrar o tudo que é teu (julgas, mas já não o é) e sentes os braços presos.
Segui em frente. E os teus ouvidos turvam para acompanhar o olhar por não acreditares. Se sempre remaste para ali porque não agora que o quero fazer contigo?
Tens promessas e sonhos quando já te viraram costas. E o tempo fez tudo diferente.
Paro um segundo e não acredito. Como pode ser tudo tão diferente (e turvam os olhos e os ouvidos).

Julgaste que não querias e na verdade nunca sonhaste outra coisa. Perdes e sentes que podias ter feito tudo diferente. Na verdade, o que juraste que nunca irias fazer foi o que sempre sonhaste. E sonhas.

Mas agora. Agora é tarde demais (mesmo que não acredite).
(Como pode o tempo ser um elemento tão forte que vira tudo ao contrário? Agora estou eu na sombra.)

13 fevereiro 2010

Doze dias :')


A ansiedade. A viagem. O mar. A mão dada. A palhaçada ao chegar. O recordar a paisagem. A comida já pronta. A avó do lado. As tias. A poncha. Tudo começou com a promessa de doze dias. A outra avó. "Oh Alcino, cala-te rapaz". "Onde ti é?". O passeio. Valsa. O café das princesas. A televisão. Os filmes. O descanço. O bom dia da rainha às princesas. O "jobem" do Pai já cheio de coisas para fazer. A palhaçada do Miguel. O apartamento. O passeio. Muito mais que daqui até à lua. Os filmes. Mais tias. O jardim. Vinho. Bolo do caco. Poncha. Os pães. A preocupação. O carinho. A atenção. Os filmes. O mimo. "Nos teus caracóis". O beicinho. Miguel Geometria Descritiva. Picante. Maluca Beleza. "Pensaste no que falamos?". Solar da Bica. Rota da Cal. O sítio dos fedelhos (Porto Moniz). Os barcos. Fotografias fotografias fotografias. "Deixa acomntecer". "A Cláudia?????". Filmes. Funchal de uma ponta à outra. Fotos. Mimo e mimo e mimo. Gargalhadas a cinco. Maus feitios. Mais tias. Mais poncha. Espetadas. "Não tem altura para madrinha". Os passeios. "Ciumenta". O decifrar a língua. Isso é Viseu, não é Porto. Miguel Matemática B. Despedidas. Promessa cumprida (ir em frente, por muito que sonhes diferente). TARÁ!


Doze dias em que senti a família como minha. E que família :') Uma família que é "muito mais" :')


Culpa tua minha Pequena :') Obrigada por seres "muito mais" que afilhada :') (nunca vou esquecer, prometo)

("E quem é que precisa de Paris quando pode ter um abraço?")

03 fevereiro 2010

Dois

E quando perguntam... é sempre o mesmo. São sempre os mesmos dois.

Prometem que passa, que tem que se relegar a importância, que sim, desta vez será diferente. Mas são sempre os mesmos dois.
Dizem que tenho que levantar a cabeça, que deixar a angústia de lado, desta vez será diferente.
Mas são sempre os mesmos dois.
Dizem que não vale a pena, que a vida é só esta, que tenho que ver o arco-íris, desta vez será diferente.
Mas são sempre os mesmos dois.
Dia sim dia não custa menos, dia sim dia não ignoro, dia sim dia não é um tormento, desta vez será diferente.
Mas são sempre os mesmos dois.

Enquanto forem os mesmos dois os dois primeiros pensamentos da manhã serão sempre os mesmos.

Enquanto forem os mesmos dois os motivos do meu olhar triste serão sempre os mesmos.

Enquanto forem os mesmos dois os motivos do meu sorriso falso serão sempre os mesmos.

Enquanto forem os mesmos dois os motivos de não ser feliz serão sempre os mesmos.

Mas são sempre os mesmos dois motivos. Enquanto forem os mesmos dois motivos. Não haverá sorriso genuíno. (Vai passar?)

25 janeiro 2010

Seria mais fácil.



"Um amor só é bom

Quando é prá dois

Eterno é antes e depois

Agora não vou mais me enganar

Não quero mais sofrer, não dá


...


O teu reinado acabou,

Chegou ao fim

Eu não nasci prá você,

Nem você prá mim..."


Maria Rita


Ninguém domina o que coração manda. Senão, seria mais fácil.

21 janeiro 2010

Crer


Crê. Crê no que te parece real. Crê no que queres, no que queres com tanta força.
Pela vida, crenças vão desvanecendo. Transparência que ameaça o desaparecimento. E quando a esperança renasce vais temendo. Vais transparente e irreal. De pés assentes no chão.

Crê. Não deixes de crer só porque te fizeram não mais acreditar. Cai uma, duas e outra vez. Cai. Permanentemente. E que doa. Vai ficando mais transparente. Vais temendo. Mas não ponhas de lado a crença que é certa quando outros te tiraram a que te parecia tão fácil de o ser.

Não deixes de crer só porque caíste. Levanta, volta a cair. Em noites de chuva vais-te lembrar. Qualquer dia o sol espreita e volta a ameaçar cor. Não deixes a cor de lado por quem te quer dar o arco-íris. Não deixes.

Crê. Deixa de lado o que te fez não acreditar. Crê, com o temor de cair (mil e uma vezes). Mas crê.




(todos os dias, interiorizar. Porquê crer? Não, não basta querer. Mas crê.).

04 janeiro 2010

ME-DO

"O medo mora comigo"
Nunca tive tanto medo.