04 junho 2010

aprender

"Aprendi que há amores impossíveis. Amores a sério, daqueles que fazem o coração bater tão alto que achamos que toda a gente o consegue ouvir. Daqueles que fazem borboletas na barriga e não deixam dormir. Daqueles que fazem ir a casa cinco minutos, vestir a melhor roupa, maquilhar e pôr perfume. Daqueles que deixam um sorriso permanente e indisfarçável. Aprendi o que é um amor a sério. E também aprendi que pode ser impossível. Aprendi que o tempo pode ser inimigo e a distância é cruel. Aprendi que a mudança é inevitável. Aprendi que nem os amores a sério são para sempre. E então, tive que aprender a esquecê-lo. O tempo fez-se amigo e a distância aliada. Aprendi a não pensar e a não sentir. Aprendi que se não falasse, se não visse, se não soubesse, era como se não existisse. E achava que, assim, estava a aprender a esquecê-lo. Ele ia deixar de existir. Agora sei que isso não se aprende. Não se controla as batidas do coração, nem as borboletas, nem o sorriso. Por mais que queira, é inevitável pensar e sentir. É inevitável não ser completamente feliz de outra forma. Agora sei que não aprendi a esquecer, aprendi a esconder."

2 comentários:

já ri quando não podia disse...

tão verdade (:*

Andreia Azevedo disse...

«O tempo fez-se amigo e a distância aliada». Tão verdade*