18 agosto 2008

Balada das Sete Saias

Criei sete saias em mim. Não tenho sete vidas, encontrei sete saias.
A primeira nasceu comigo. Não precisei de a conquistar. Nasceu comigo e aprendi a guardá-la.
Todas as outras fui encontrando. Foram-mas mostrando, foram estendendo uma a uma para mim. Umas mais fortes, outras mais finas e mais frágeis. O desafio foi saber como as conquistar, como as ganhar, como as vestir.
Umas foram mais fáceis, outras eram um desafio maior e, aparentemente, impossível. Mas só sei disso quando já as tenho comigo. Cada uma foi um obstáculo e, em cada momento, pensava que não existia maior, porque era o que estava à minha frente, naquela altura. E era meu!

Ensinaram-me a vê-las.
Ensinaram-me a quere-las.
Ensinaram-me a conquistá-las.
Ensinaram-me a tê-las comigo.
Ensinaram-me a mantê-las.

Aprendi e guardei a minha maneira de as ver, de as querer, de as conquistar, de as ter, de as manter.
Aprendo diariamente.


Hoje penso que tenho sete saias. Hoje sinto-me diferente. Provavelmente vou descobrir que não tenho as sete. Provavelmente ainda me vou sentir com uma só saia, a que me deram e pela qual eu não lutei.
Mas, o que me interessa, são as que eu sinto agora comigo.

Agora, tenho sete saias. Aproveito-as e sorrio por isso*

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